No dia 7 de janeiro de 2011 eu
pousava em Berlin, a primeira imagem que veio aos meus olhos foram florestas de
pinheiros sem folhas com o chão coberto de neve. Aquela cena, que pra mim
pertencia somente a filmes, gerou um frio imenso na barriga e muitas
expectativas. Hoje, dia 04 de Dezembro 2011, depois de morar em duas cidades
(Dresden e Ludwigsburg), conhecer cinco países em dois continentes e várias
cidades alemãs, volto ao meu ponto de partida, Berlin. Com muito mais bagagem
do que imaginava, e como diria JK, sinto que cresci dez anos em um. Está cidade
novamente será ponto de saída e chegada da maior aventura da minha vida até
hoje, mas disso, falo mais à frente.
Encerra-se um ciclo, meu ciclo
como estagiário, em que aprendi muito. Mudei a minha forma de trabalhar, típica
de terras tupiniquins, que consiste em fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas,
no final, pode-se fazer cada uma delas de forma melhor. O alemão faz uma única
atividade, mas de maneira extremamente metódica e de forma que não necessite
ser refeita, entretanto é um processo lento de mais pra mim. Procuro achar um
meio termo, mas realmente foi válido ver outro jeito de trabalho. Percebi
também que ficar oito horas por dias dentro de um escritório olhando para um
computador, sem conversar praticamente com ninguém, não é para mim. Entretanto,
aprendi que sacrifícios são necessários para algo maior um pouco mais distante
que amanhã.
PACIÊNCIA, a palavra que aprendi
o real significado, ou parte dele, depois de 23 anos de vida. Tanto
profissionalmente quanto no meu cotidiano fora da empresa. Se resultados não
chegam à velocidade que queremos, não quer dizer que não virão e se vierem, não
implicam que são os melhores. Visão holística e crítica da figura toda, calma,
análise, busca por sinergia com experiências passadas e de outras pessoas,
interpretação e conclusão.
Fico imaginando o que seria de
mim sem as pessoas que conheci durante esse ano. Como eu poderia seguir minha
vida sem elas? O quanto eu estaria perdendo é impossível de calcular, aprendi
tantas coisas que chego a afirmar que tapei alguns buracos da minha
personalidade. Não ouso citar nomes, pois, se por um lapso dessa mente confusa,
eu esqueça alguém, não me perdoaria! Só posso agradecer muito por terem aparecido no meu caminho, andado por nele
comigo e rezar pela chance de nos reencontrarmos.
Quando estive em Marraquexe me
infectei por um vírus. Algo que eu já tinha ouvido falar e visto outros
contaminados, mas fui realmente compreender o que é esse vírus depois de
perceber que já era tarde de mais. Nome? Eu chamo de DISCOVERY! O vírus
“discovery” é aquele estranho momento
que você percebe que o mundo é muito maior, complexo, diverso, fascinante e
instigante do que aquilo que você conhece ou que lhe é normalmente mostrado.
Essa doença vai além ainda, após esse estalo de luz você se sente
incontrolavelmente tentado a conhecer mais, a viajar mais, dar o próximo! Não
se considera mais um brasileiro, alemão, africano, asiático ou qualquer outra coisa,
você se sente um cidadão do mundo. Quer mostrar para as outras pessoas suas
origens, mas tem um interesse ainda maior de conhecer a origem dos outros.
Esse vírus me trouxe de volta a
Berlin, amanhã partirei para uma vigem de 25 dias, em busca das maiores
experiências culturais que já pude provar. Voo de Berlin rumo a Cracóvia
(Polônia), onde o maior objetivo é conhecer o maior campo de extermínio do
regime nazista. Sigo, de trem, para Bratislava (Eslováquia), onde visito por um
dia Viena (Áustria). Próximo destino é
Budapeste (Hungria), depois Bucareste (Romênia), logo após Sofia (Bulgária) e
finalmente Istambul (Turquia). Cruzarei praticamente todo os Balcãs, com
exceção de alguns países da antiga Iugoslávia.
Termino a parte por terra e tomo um avião pra Atenas (Grécia) e
novamente um voo para Tel Aviv (Israel) e finalizando a viagem celebrando o
natal em Jerusalém (Israel)
Como se pode perceber, eu não fiz
e nem farei nenhuma viagem clássica. Roma, Paris, Porto, Madrid e etc podem
esperar o “Discovery” entrar em outra fase, nessa atual eu quero me colocar nas
situações mais adversas possíveis. Quero ver realmente o que eu não conheço, o
que não tenho nenhum conceito formado, uma descoberta nova, fresca e
permanente!
Por todas essas cidades não me hospedarei
nenhum dia em hotéis ou albergues, surfarei de sofá em sofá. O projeto “Couch
Surfing” consiste na simples ideia de você oferecer um abrigo a um viajante
pela simples oportunidade de conhecê-lo. Todos infectados como eu.
E assim vou em frente! Em busca
do desconhecido, do novo, da descoberta!
Mandou Muito Co-Worker!
ResponderExcluirnos vemos na Grecia!!
abracoss
Caraca Tosetto!!!
ResponderExcluirSenti aki esse discorevy te pegando ta!hahaha
Volte com mil historias que vou querer ouvir tds!!!
bjusss
Adezinha